domingo, 1 de fevereiro de 2009

Crónicas do Governo – Educação.

Deixo aqui em primeira mão a crónica que sairá no próximo Ecos da Ribeira.

Porque merece a discussão, vou aqui abordar a educação como tema para a primeira crónica de 2009.


Numa tentativa desesperada de desacreditar a luta travada pelos professores, o Primeiro-ministro veio, no início do ano, congratular-se com os elogios tecidos ao Governo e à tutelar da respectiva pasta em matéria de políticas educativas, por um relatório, nas suas palavras, da OCDE. Afinal, o relatório não era da OCDE, antes sim um trabalho encomendado pelo Governo que seguia recomendações da OCDE... Ora, quando os elogios são encomendados, é evidente que são tendenciosos pelo que não devem ser considerados. Neste caso a mentira teve perna curta e o Primeiro-Ministro, tão empenhado na campanha eleitoral, deu-se mal com o seu próprio embuste. Se o Governo se preocupasse em resolver de forma sensata a querela com os professores era de louvar, mas ao invés, insiste em impor uma avaliação que tem prejudicado alunos e professores e criado um ambiente nas escolas que não contribui para a solução dos problemas e ainda vem criar novos. Ora, se os professores se uniram da forma que temos vistol, sem precedentes, se toda a oposição e mesmo alguns deputados do PS reconhecem, se o modelo realmente deu problemas e foi substituido noutros países, é porque não funciona. O Governo, no entanto, opta pelo belicismo, não com o objectivo de resolver os problemas da educação mas sim para ganhar a sua birra. E chamam a isto "pluralismo".
Uma última palavra relativa ao caso Freeport que tem andado na ribalta. Se José Sócrates é ou não culpado de alguma coisa não nos cabe decidir, é competência da Justiça e é normal acontecerem investigações a governantes. Mas a ideia de ele e alguns ministros seus virem comentar o assunto com os jornalistas, numa tentativa de justificar algo, demonstra que a sua verdadeira preocupação não são os problemas que afectam os portugueses mas antes a sua imagem e as eleições que se avizinham. A comprová-lo está o facto de nesta semana ter falado mais sobre esse assunto do que sobre a economia, o desemprego ou a segurança por exemplo.


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