quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Crónicas do Governo – Ex - DGV

Também a política reformista levada a cabo pelo Governo tem dado os seus frutos. Praticamente todos os organismos dependentes do Estado foram reformulados, o que teve como resultado apenas, para já, lançar a confusão no seio dos mesmos. Tal aconteceu também na Direcção Geral de Viação, agora dividida em dois organismos onde ninguém sabe bem quais as competências de um e outro. Graças a isso milhares de multas correm o risco de prescrever (para pesar dos portugueses), mas o mais grave são os problemas dos utentes que continuam a aturar a burocracia e a desinformação e continuam a gastar demasiado tempo para resolver o que quer que seja. Bendito Simplex...

Crónicas do Governo – Aulas de Substituição

A política seguida pelo Ministério da Educação, apesar da contestação de que tem sido alvo por parte de todos os agentes ligados o Ensino, começa a dar os seus frutos, infelizmente com más notícias para o Estado. Devido à insistência em aplicar as aulas de substituição na forma como foi aplicado, o Estado terá agora de pagar milhares de Euros em horas extraordinárias. O Governo quer tanto cortar na despesa e acaba por esbanjar desta forma irresponsável. Quem vai pagar isso, os responsáveis por esta medida? Não, serão, como sempre, os contribuintes a pagar a factura.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Emoções

Ontem percorri a velha estrada entre Guimarães e Ribeira de Pena. Tantas vezes a fiz por não ter outra alternativa, ontem foi por mero prazer ao som de Dulce Pontes e Ennio Morricone. Esteja o tempo que estiver, é um percurso fantástico para viver emoções numa viagem onde a pressa não tem lugar. E ao invés de atravessar as Terras de Basto pelo alto das suas serras, penetrei pelo seu interior profundo, dando-me novamente conta da sua identidade e da sua ruralidade plena de imagens inesquecíveis, que convosco partilho. Aqui, estamos num mundo cuja evolução é lenta, mas que continua com a sua identidade bem marcada. Do alto da Gandarela, visualizo a Sul o vale do Tâmega, onde se alojam Mondim e Celorico, envolto pelas colinas do Marão e do Alvão hoje repletas de aerogeradodes que à noite lhes dão um ar mágico com suas pequenas luzes intermitentes. Ao centro e quase isolado, o Alto da Senhora da Graça permanece imponente, qual atalaia vigilante sobre todo o vale. Tempos houve em que a locomotiva subia o Tâmega até ao Arco; tempos houve em que o Castelo de Arnóia vigiava todo este vale. Hoje, à noite, todo o vale é iluminado sem excesso dando-lhe um ar belo. Mais à frente, e olhando agora a Norte, vislumbro o vale de Cabeceiras, envolto pelas colinas da Cabreira. Tempos houve também em que o Mosteiro de S. Miguel dominou toda esta área. Passamos o Arco de Baúlhe, centro indiscutível de toda a Região de Basto. Seguimos pelo Ribeiro do Arco onde o Alto de Formoselos, posto avançado do Alvão, se deixa vislumbrar de perto e nos anuncia os contrafortes desta Serra e, com eles, a entrada em Trás-os Montes. Depois vem Cavez e a sua Ponte sobre o Tâmega, que desde tempos remotos serve de ligação privilegiada entre o Minho e Trás-os Montes... e de divisão. Aqui Camilo conheceu as belas mulheres serranas possuídas por demónios e assistiu às escaramuças entre os "barões feudais a cujas barbacãs não chegavam as justiças d'el Rei" vindos dos dois lados desta "fronteira". Entra-se em Trás-os Montes com a sensação de não ter saído do Minho; continuam as antigas e belas casas senhorias, o povoamento disperso, o vinho verde... Começa a subida para as altas terras transmontanas, mas lentamente. Então, uma outra face do vale do Tâmega aparece, agora vindo de Espanha aos socalcos por entre as encostas do Alvão, do Barroso e da Cabreira. E banhada pelas suas águas, encostada ao Alvão, Ribeira de Pena, a última terra de Basto, a primeira transmontana, numa harmoniosa combinação entre o Vale e a Serra. Aconselho quem tiver oportunidade a fazer este trajecto; e no fim, podem-se ficar por aqui ou então subir o Alvão e entrar num mundo diferente pela terra fria transmontana.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sujestão do dia

Deixo aqui uma sugestão de visita, principalmente para quem gosta de decoração e bijuteria. É um blog pessoal, mas com muitas coisinhas para venda. gy-arte.blogspot.com

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Quando estás longe

Quando estás longe
Tudo muda em meu redor.
Não sei se é dos meus sentidos
Ou se o mundo sente também
A falta que de ti sinto.
Nem o Sol brilha de igual forma,
Nem as flores abrem como então,
Nem as águas do rio correm com a mesma euforia...
Tudo fica calmo, vazio,
Parco de vivacidade,
Pleno de nostalgia...
E a vontade de te voltar a ver é intensa,
Ansiosa, plena de saudade.
Quando estás longe fico triste...
E só penso em te ter aqui.

Emanuel Guimarães

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A um amigo

Esta semana começou para mim com uma infeliz novidade, com a qual eu não esperava. O falecimento de um amigo que nos é chegado é algo que nos deixa pensativos sobre a nossa insignificância perante as forças da natureza. Mas também nos alerta para a nossa grandeza enquanto seres capazes de marcar os que nos rodeiam... e deixar saudade.

Em sua homenagem publico aqui um poema seu.



Plenitude


O silêncio…

É certo que neste lento pôr-do-sol, o silêncio se ouve com mais força. Mas não é o silêncio.

A tranquilidade…

Sob a lua rompante, a natureza descansa. Alguns morcegos esvoaçam por sobre o pátio. A água corre no tanque, quase imperceptível. Tudo, na natureza, parece ocupar o seu sítio próprio. Mas não é a tranquilidade.

A paz…

De repente, dentro e fora de mim, tudo é harmonia. Neste momento preciso, tudo bate certo. Tudo tem razão. Mais, nada precisa de ter razão, porque o coração sente a plenitude. Mas não é a paz.

Não sei o que tem este lugar. Só sei que é o meu lugar. Aquele em que tudo faz sentido. Aquele em que consigo reunir tudo o que há em mim. Sem dramas, sem ansiedades. Plenitude, talvez seja isso, o que me enche neste velho pátio da casa ancestral dos meus antepassados. Aqui vivo eu, aqui vivem todos os meus fantasmas, aqui vivem as almas de Santa Marinha.

Talvez um dia me possam trazer para aqui para morrer. Talvez um dia possam espalhar as minhas cinzas por estes metros que a minha vista alcança. Porque mais do que qualquer outro sítio do mundo, eu pertenço aqui.

Francisco Botelho