É certo que não contava publicar nada antes da reflexão prometida para breve, mas, uma vez que o tema é pertinente, deixo em primeira mão a crónica que irá saír no próximo número do Ecos da Ribeira:
Crónicas do Governo – Orçamento 2009
Esta semana foi anunciado o Orçamento de Estado para o ano 2009, um orçamento que causou polémica logo à partida com os atrasos na chegada à Assembleia da República e pela forma como foi divulgado na comunicação social. “Pormenores” à parte, debrucemo-nos sobre o seu conteúdo pois será esse o que afectará directamente a vida dos portugueses. Numa conclusão muito resumida, este orçamento prevê um aumento do investimento público em grande parte voltado para os apoios sociais.
Ao fim de três anos de rigorosa contenção orçamental que privou os portugueses de concretizarem muitos dos seus planos, vemos, em plena crise financeira internacional cujos efeitos ainda serão sentidos em Portugal e num quadro de previsões negativas por parte do próprio Governo (grande abrandamento do crescimento económico e aumento da inflação e do desemprego), um abandono do rigor nas contas públicas e o bolo acumulado nos últimos três anos, que permitiu o saneamento financeiro do país, esbanjado agora de forma leviana, coincidência das coincidências, em ano de eleições. O resultado vai ser, depois desta euforia, voltar a “apertar o cinto” ainda com mais força.
O mais absurdo desta situação é o facto de os impostos se manterem altos, quando seria lógico num quadro de maior flexibilidade começar com uma redução significativa dos mesmos (e não o ridículo 1% do IVA).
Não se deixem enganar; isto, meus senhores, é um orçamento eleitoralista que tem como missão amnesiar a má actuação deste Governo até agora. Com este orçamento o Governo completa a bilogia “pão e circo”, inspirada na política imperial da Roma Antiga, sendo que este último já dura há alguns meses e teve o seu auge na apresentação do computador “Magalhães”. Dando pão ao povo faminto, o imperador sacia a sua fome enquanto o distrai dos problemas com entretenimento, mantendo, desta forma, o povo satisfeito e sossegado.
O que me preocupa é que, tal como na Roma Antiga, esta é uma política que costuma funcionar.
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