Como resultado da crise que afecta as economias mundiais, o ano de 2009 iniciou-se com um sentimento de incerteza relativamente ao futuro. Na verdade, uma felicidade demasiado dependente do materialismo e do consumismo resulta em sentimentos de aflição perantea diminuição dos rendimentos. Uma maior dedicação ao espírito e à reflexão permite sempre maior qualidade de vida, mais não seja pelo optimismo. Também é certo que a carga fiscal e os preços elevados não ajudam à sobrevivência de muitos, mas não são estas as questões que pretendo abordar aqui.
A par desta situação, inicia-se a governação do novo presidente americano, que tanta espectativa e esperança trouxe, já considerado por muitos como um
salvador.Quando os tempos são de crise, todos esperam algo que alimente a esperança de um futuro melhor. Obama não será, certamente, perfeito, mas só pelo optimismo que conseguiu já merece aplausos; o optimismo possibilita o empenho e o investimento, o que por si só é fundamental para o sucesso. Estou certo de que conseguirá mais, mesmo fora da América.
O que pretendo evidenciar com esta reflexão é a importância da renovação política. Quando a política dá maus resultados, é necessário inovação, na acção e nos próprios agentes. Ao recordar a história política de Portugal, reparamos que os Governos são hereditários entre os políticos, sendo que os titulares do momento fizeram já parte de outros Governos no passado. E o que temos hoje é o fruto do passado. Se, nos EUA, Obama representou um corte com a política do passado, em Portugal, em ano de Legislativas não temos como aposta de nenhum partido (com hipóteses de constituir Governo) alguém com essas condições. E é precisamente isso que os portugueses precisam para instaurar um grau de optimismo necessário para o país: um rosto novo, livre da política do passado e com uma mensagem inspiradora. Só isso bastaria para melhorar o estado de coisas.
O que se passa então?
Não é por falta de pessoas capazes, mas para que haja uma mudança é necessário um interesse maior que se sobreponha aos interesses particulares. Quando a classe política portuguesa tiver maturidade para assumir essa responsabilidade certamente que tal acontecerá.
Veremos o que acontece, mas caso nada mude até às eleições, estamos condenados a um voto em branco como o mais razoável e a um futuro incerto, cada vez mais.